Atividade física ajuda a diferenciar Enxaqueca Vestibular e TPPP
Contexto: Indivíduos com tontura frequentemente enfrentam problemas de equilíbrio e ansiedade, o que pode resultar em níveis reduzidos de atividade física e diminuição da participação nas suas atividades diárias. Poucos estudos avaliaram os níveis de atividade física em indivíduos com tontura crônica, e nenhum focou especificamente nos dois tipos mais prevalentes: enxaqueca vestibular (EV) e tontura perceptual postural persistente (TPPP).
Objetivo: Avaliar os níveis de atividade física autorrelatada em indivíduos diagnosticados com TPPP e EV que aguardam reabilitação vestibular.
Métodos: Em um estudo retrospectivo transversal, extraímos dados dos registros eletrônicos de saúde de 121 indivíduos diagnosticados com EV ou TPPP, encaminhados para reabilitação vestibular no National Hospital for Neurology and Neurosurgery, University College London. Dados dos questionários IPAQ (Questionário Internacional de Atividade Física) e DHI (Dizziness Handicap Inventory) foram analisados entre os grupos.
Resultados: A amostra total consistiu de 94 (77,7%) mulheres e 27 (22,3%) homens, com idade mediana de 56 anos, variando de 17 a 81 anos (P25 = 41 e P75 = 64). Em relação à amostra total, uma minoria (9,1%) dos indivíduos obteve um alto nível de atividade no IPAQ. Observamos uma diferença significativa entre EV e TPPP na distribuição da pontuação do IPAQ (p = 0,039, Mann–Whitney). Dentro da categoria de alta atividade física, uma maior proporção de indivíduos com EV apresentou maior nível de atividade comparado aos com TPPP. Foi encontrada uma correlação inversa entre DHI e IPAQ (quanto menor o IPAQ, maior o DHI) no grupo de TPPP (p<0,003).
Conclusões: Em uma amostra de indivíduos com TPPP e EV encaminhados para reabilitação vestibular, apenas uma minoria demonstrou altos níveis de atividade física no IPAQ, com o grupo de TPPP apresentando níveis mais baixos de atividade em comparação com aqueles com EV.
