Diferenças de gênero nos diferentes tipos de tontura em contextos agudos e crônicos

 

A tontura é mais comum em mulheres, o que pode fazer com que os diagnósticos clínicos sejam, talvez, tendenciosos em relação a esse gênero. O objetivo deste estudo foi analisar a distribuição dos diagnósticos em otoneurologia com base no sexo e na faixa etária.

Este foi um estudo retrospectivo de coorte baseado em uma revisão de prontuários de 474 pacientes adultos (≥ 18 anos) utilizando registros eletrônicos. Os pacientes foram encaminhados com queixa principal de tontura, vertigem ou desequilíbrio para ambulatório de otoenurologia, entre janeiro de 2023 e setembro de 2024 nos hospitais da University College London, no Reino Unido.

Entre os 474 pacientes, o diagnóstico mais comum para tontura foi a tontura postural perceptual persistente (TPPP) (24,3%), seguido pela enxaqueca vestibular (enxaqueca labiríntica ou migrânea vestibular) (22,4%). Nas mulheres, o diagnóstico mais comum foi a enxaqueca vestibular (31,9%), enquanto nos homens foi a PPPD (21,7%). Na população com menos de 65 anos, a principal causa foi a enxaqueca vestibular (28,9%), seguida pela PPPD (28,6%) e "outras causas centrais" (12,19%). Já na população com mais de 65 anos, as causas mais comuns foram a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) (18,4%) e "outras causas centrais" (18,4%). A TPPP (28,3%) e a Enxaqueca Vestibular (21,4%) foram as causas mais comuns de vertigem crônica, enquanto na fase aguda as causas mais frequentes foram a Enxaqueca Vestibular (26%), vertigem vascular (14%) e BPPV (14%).

Nesse estudo, a TPPP é a causa mais comum de tontura nos homens, e a vertigem vascular foi a causa mais comum de tontura aguda nos homens, independentemente da idade. A combinação de idade e sexo pode ser útil para construir possibilidades diagnósticas a priori para neurologistas, otorrinolaringologistas, otoneurologistas e outros clínicos que atendem pacientes com tontura.

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